domingo, 26 de dezembro de 2010

Whatever... Capítulo 5

( Impróprio para menores de 18 anos )


[Esse conto possui linguagem chula, descrições de sexo explícito e alusão ao uso de drogas lícitas. Se acha o conteúdo ofensivo, não prossiga na leitura]


Julia acordou com o sol forte na cara. Estava com dor de cabeça, provavelmente por culpa das duas garrafas de vodka e outras tantas de cerveja. E dos cigarros, que normalmente não fumava e que na noite passada passou de uma carteira. Mal lembrava o que havia acontecido. Olhou ao redor e não reconheceu muito bem. Era um apartamento Espaçoso. Estava cheio de caixas espalhadas por todos os lados; parecia que alguém havia acabado de se mudar para lá.

Fechou os olhos e tentou ignorar a dor de cabeça para ver se se lembrava de algo. Repassou os fatos: Estava no Myths trabalhando, Anna apareceu, elas foram pro beco, brigaram, se beijaram, fizeram sexo no carro e tal. Anna saiu com ela no carro, foram até uma boate que, pelo que lembrava, não era muito longe do apartamento em que estava agora, e beberam, fumaram, dançaram, se pegaram, depois foram pro carro e fizeram sexo e foram pro recém-adquirido apartamento de Anna e fizeram mais sexo. O resto ela não lembrava, mas tinha certeza que envolvia mais sexo, mais bebida e mais cigarros. Bom, pelo menos agora lembrava aonde estava.

Abriu os olhos novamente (incomodada pelo sol) e olhou em volta novamente. Estava na sala, deitada num sofá (muito confortável, por sinal) e só de calcinha, com os seios brancos (e bonitos, diga-se de passagem) à mostra. Não via nem pista de Anna. Sentou-se e pôs a cabeça entre as mãos; maldita dor de cabeça. Ficou um tempo daquelo jeito, tentando não se mexer muito. Suas roupas estavam jogadas num canto da sala, suas botas toda enlameadas sujando o piso. Garrafas de bebida, bitucas e duas carteiras vazias de cigarro no chão.

Levantou-se e se espreguiçou. Foi desbravar aquele ambiente novo. Achou a cozinha, cheia de caixas também. Ficou se perguntando como é que Anna tinha conseguido aquilo tudo se tinha dito à ela que tinha sido roubada e etecetera, mas resolveu deixar isso pra depois. Saiu procurando até achar um banheiro - era um apartamento grande. Olhou-se no espelho e não ficou muito contente com o que viu. A ressaca deixava marcas perceptíveis. Lavou o rosto; apoiou-se na pia e suspirou. De repente ouviu barulho de chaves e uma porta se abrindo; foi até a sala. Era Anna, com alguns pacotes nas mãos:
- Bom, trouxe o café da manhã e aspirinas. Acho que você vai precisar.
Anna parecia não ter sido afetada pela ressaca.
- Cara, você bebeu demais ontem à noite. Tem noção do quanto? Fiquei com medo que você entrasse em coma alcóolico. Além de todos aqueles cigarros... Gosta de croissant? Só tinha isso na padaria da esquina.
Anna lhe estendeu o pão e ela, vagarosamente, apanhou. Deu uma mordida sem-graça. Anna lhe estendeu uma garrafa de suco de laranja e as aspirinas. Julia suspirou. Tomou as aspirinas, bebeu o suco, terminou o croissant e deitou-se novamente no sofá. Algo lhe dizia que ela havia feito merda...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Whatever... Capítulo 4

( Impróprio para menores de 18 anos )


[Esse conto possui linguagem chula, descrições de sexo explícito e alusão ao uso de drogas lícitas. Se acha o conteúdo ofensivo, não prossiga na leitura]



Elas pareciam nem perceber que estava chovendo. Anna jogou Julia contra a parede e começou a beijá-la apaixonadamente; estavam tirando o atraso de quase quatro anos. Anna puxava-a para perto e mordia sua orelha, chupava seu pescoço e apalpava seus seios por cima da camisa já encharcada. Julia ofegava prazerosamente; pôs a mão para dentro da calça de Anna e começou a acariciá-la. Elas não estavam nem aí que estivessem num lugar público. Nem pareciam pensar nisso. A saudade, o libído contido, tudo isso explodindo ao mesmo tempo, elas só queriam saciar de vez aquela vontade.

Anna afastou-se bruscamente. Olhou intensamente para Julia, pegou seu pulso e começou a andar rápido. Chegaram numa esquina pouco movimentada e Anna a levava na direção de um sedã estacionado ali. Abriu o carro e jogou Julia para dentro, no banco de trás. Entrou também e fechou a porta. Julia se jogou em cima dela e começou a beijá-la loucamente. Apalpava os seios e acariciava-a por dentro da calça. Anna, então, tirou sua blusa e seu sutiã. Abriu o short de Julia e começou a acariciá-la por cima da calcinha. As duas ofegavam de prazer. Anna jogou-a no banco e tirou sua calcinha. Foi lambendo sua coxa até chegar... Bem, até chegar lá. Lambia e chupava avidamente. Julia gemia baixo, tentando se segurar. Se agarrava com força no encosto do banco, já estava com os nós dos dedos brancos.

Julia então puxou Anna para cima e beijou ardentemente. Abriu a calça dela e retribuiu o que ela havia feito. Depois encostou seu corpo junto ao dela e começou a se esfregar, as duas ofegando, uma no ouvido da outra. Uma poucas palavras vinham de vez em quando, e proferidas naquela voz orgástica davam ainda mais prazer. Carícias, gemidos, beijos e enfim, estavam as duas ali, exaustas no banco de trás do carro, abraçadas. A chuva havia parado. Elas olhavam vagamente para o nada. Tentavam não estragar aquele momento.

Whatever... Capítulo 3

( Impróprio para menores de 18 anos )


[Esse conto possui linguagem chula, descrições de sexo explícito e alusão ao uso de drogas lícitas. Se acha o conteúdo ofensivo, não prossiga na leitura]



Não sei se já havia citado, mas Julia parecia-se muito com um anjo. Era de uma beleza idescritível e tinha um ar majestoso. Parecia quase um pecado fazer verter lágrimas daqueles olhos que pareciam guardar, simultaneamente, toda a pureza e a malícia do universo. Mas a dor parecia acentuar aquela beleza. Parecia impossível não querer consolar aquela figura. E para Anna não foi diferente. Ela abraçou Julia e começou a se desculpar:
- Me desculpa! Eu não pretendia. Desculpa, desculpa...
Obviamente as desculpas não eram só pelo tapa. Julia soluçava forte. Parecia que estava descarregando o que havia acumulado por todo esse tempo.

Julia era uma mulher muito difícil de se fazer chorar. Tinha vinte e um anos, e desde os dezesseis não chorava, fruto de um amadurecimento súbito, suponhamos. Não natural, mas necessário. Os seus pais, religiosos fervorosos, descobriram, quando ela estava perto de completar quinze anos, que ela se sentia atraída por outras garotas. Foi o inferno na terra, para ela. Não havia um dia em que eles não fizessem um sermão. E o pecado se acumulou quando eles descobriram que ela havia tatuado a virilha. Foi esporro encima de esporro. Ela não aguentou. Juntou suas coisas, pegou todo o dinheiro que conseguiu achar pela casa e, aos dezesseis anos, saiu daquele purgatório. Foi um alívio e um sufoco ao mesmo tempo.

Ela sempre imaginou que conseguiria se virar, e de certa forma foi um pouco mais fácil do que seria pra maioria das pessoas. Julia sempre foi muito habilidosa e plástica, se adaptando facilmente a qualquer coisa. Mas foi bem mais complicado do que ela imaginava. Mas conseguiu.

Ela estava um pouco mais calma nos braços de Anna. Começou a chuviscar e o tempo esfriou ainda mais. Anna abraçou ela mais fortemente. Julia se sentia como uma criança novamente, e, apesar de tudo, estava feliz por Anna estar ali. Claro que não admitiria isso. Ela olhou para cima e seus olhos se encontraram com os da ruiva. Foi por pouco mais de um segundo, mas pareceu uma eternidade.

Foi um momento tenso. Um momento tenso e intenso. Os rostos se aproximaram e os lábios, naturalmente, se selaram. A chuva caía mais forte. As duas se abraçavam fortemente e se beijavam. Parecia que o universo parava para ver aquela cena. Se o mundo acabasse naquele momento, poderia se dizer que conseguiu-se o amor verdadeiro. Mas o mundo não acabou.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Whatever... Capítulo 2

( Impróprio para menores de 18 anos )


[Esse conto possui linguagem chula, descrições de sexo explícito e alusão ao uso de drogas lícitas. Se acha o conteúdo ofensivo, não prossiga na leitura]




Julia estremeceu. Estava pálida, mas nada que desse pra perceber com a iluminação estroboscópica. As palavras saíram trópegas:
- A-Anna?? O que você tá fazendo aqui?? Você não estava na...
- Inglaterra, sim, sim, mas voltei! Voltei essa semana. Você parece tensa. Não está feliz em me ver?

Felicidade? Essa era, provavelmente, a última emoção da lista. Surpresa, raiva, ansiedade, pavor, todas essas estavam no topo. Ela limpou a mente:
- Anna, como eu poderia estar feliz em te ver? Você me abandonou aqui!
De repente a ruiva estava contrariada:
- O quê!? Era meu futuro, não podia perder uma oportunidade daquelas!
Julia estava estremecendo. Já estava gritando:
- Mas ficar 3 anos sem me dar NENHUMA notícia!?!?

O tumulto começou a chamar atenção e todas as pessoas começaram a olhar. Elas olharam em volta, constrangidas. Julia pulou o balcão, pegou o braço de Anna e saiu correndo, puxando-a por entre a multidão. Elas inrromperam pelas portas da boate e Julia a arrastou para um beco ao lado. Virou-se para Anna, furiosa, e começou a disparar:
- Porra, Anna!!! Tu sabe como foi pra mim ficar nessa merda sem você!?!? Tu sabia que eu tava apaixonada fodida por tu!! Aí você vai, dizendo que voltava em alguns meses, e passa TRÊS ANOS sem mandar porra de notícia nenhuma!
Anna estava com uma cara de arrependida e tentava se explicar, vociferando:
- Eu não pude! Fiquei sem dinheiro. Tive que ralar muito lá! O meu trabalho terminou e não pude voltar! Me roubaram, fiquei sem documentos, sem dinheiro, sem um teto!

- Ah, vá se foder! Uma carta é praticamente de graça!! Mas você não pensou nisso, né? Aposto que ficou lá se esfregando com as vadiazinhas britânicas...

Anna estava abalada. Agiu sem pensar. A mão foi mais rápida que o pensamento. Fez um estalo quando se encontrou com o rosto, rosado pela briga, de Julia. Julia ficou sem reação. Se abraçou e as lágrimas vieram numa vertente.

Whatever... Capítulo 1

Lá estava Julia, nos seus 1,68 m malhados, com seus olhos azuis e cabelos negros curtos. Estava no seu recém adquirido trabalho de Bargirl na boate Myths. Fazia malabarismos com as garrafas e copos, servia as pessoas, bebia escondido de vez em quando e ficava ouvindo música eletrônica a noite toda. Um trabalho perfeito. O que enchia eram os caras que a abordavam cosntantemente:
- Opa, minha deusa, o quê é preciso ter pra ficar contigo?
A resposta vinha com um sorriso meigo:
- Uma vagina.
A maioria deles sai praguejando coisas como "que desperdício" e às vezes umas palavrinhas chulas, mas todos saíam com o saco na mão.

Ela estava arrumando as garrafas antes que a boate abrisse. Usava um espartilho, um shortinho e uma bota que faziam aparecer as várias tatuagens espalhadas pelo corpo. Era o que a maioria chama de "gostosapracaralho".

Arrumou tudo, lavou as mãos e ficou fazendo malabarismos, só para não perder o costume. Olhava distraidamente o resto da "equipe". O DJ ajeitava sua mesa de som, os garçons estavam entediados, enconstados na parede. O Barman que trabalhava com ela estava conferindo o estoque de bebidas e tudo parecia muito lento ali.

Finalmente chegou a hora de abrir e a música começou a tocar. Ela preparou os copos. Depois de meia hora chegou um pequeno grupo de pessoas, depois mais umas, e aos poucos o lugar foi enchendo. Há muito tempo que ela não tinha um dia de sossego. O lugar era dos mais badalados. O pessoal começou a se chegar no balcão de bebidas e, bem, ela começou a fazer seu trabalho. Os homens babavam. Ela mal podia fazer uma média de quantos davam em cima dela por noite.

Preparou os mojitos, Manhattans, Cuba libres e afins. Estava no meio de uma acrobacia quando avistou uma ruiva de cabelo repicado vindo para o balcão. A garrafa fez um baque surdo quando caiu no chão emborrachado. As pessoas nem notaram muito, somente as que esperavam drinques. Ela ficou parada por um tempo e, como se acordasse de um torpor, se abaixou rapidamente e pegou a garrafa. Terminou o drinque e se virou para a ruiva. A mulher olhou pra ela intensamente. Puxou ela e falou em seu ouvido:
- Sentiu minha falta?

Seus batimentos aceleraram como a muito não faziam. Ela ficou tensa.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Maria foi com as outras

Gosto tanto do teu beijo
curto tanto teu abraço

(Ó meu Deus, o que eu seria
sem os lábios de Maria?)

São tão lindos teus trejeitos,
São tão belos os teus traços

(Ó meu Deus, só beijaria
os doces lábios de Maria)

Mas então ela falou
que é uma daquelas soltas

(Ô meu Deus o que farei
se ela não beijarei?)

Ela as coisas arrumou.
Então Maria foi com as outras...

(Ó meu Deus eu já não sei
se à noite eu dormirei)

Pois Maria era o amor
E o amor é coisa escrota...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"A meretriz"

Oi, tudo bem?
O meu nome é João, mas tudo bem
Não precisava falar, pois sei bem
que você não vai lembrar

Já não ligo se você é tão maneira
se você é uma morena tão faceira
eu só quero saber:
Cadê minha carteira?

Ó, indecente!
tu que muda de gosto tão de repente,
olha bem na minha face e diz se mente,
se me amas não disfarce

Não ligo se o meu nome tu não sabes,
só não quero que me prenda em seus enclaves,
mas eu quero saber:
Cadê as minhas chaves?

Permita-me a partida
Já estou me demorando em sua vida,
logo hoje que estou tão indisposto,
repito a cena da despedida...



Música composta por mim.